terça-feira, 27 de julho de 2010

A família real no Brasil




O bloqueio continental, imposto por Napoleão Bonaparte à Europa, fez a corte portuguesa mudar-se ao Brasil no fim do século 19.

Dependente do comércio britânico, Portugal se viu num enorme impasse: atender à França significava perder sua principal colônia na época, o Brasil, pois a marinha inglesa dominava os mares e poderia invadi-lo. Não atender às exigências napoleônicas significava ter seu próprio território invadido pelas tropas francesas.
Portugal mudou-se
Sabiamente, o príncipe regente dom João - que governava no lugar da mãe, dona Maria 1a, que enlouquecera - decidiu ficar do lado dos ingleses e a solução encontrada para não se submeter a Napoleão foi transferir a Corte portuguesa para o Brasil. Embora o território português fosse invadido, o Reino de Portugal sobreviveu do outro lado do Atlântico.

Entre 25 e 27 de novembro de 1807, cerca de 10 a 15 mil pessoas embarcaram em 14 navios: a família real, a nobreza e o alto funcionalismo civil e militar da Corte. Traziam consigo todas as suas riquezas. Os soldados franceses, quando chegaram a Lisboa, encontraram um reino pobre e abandonado.
Como representante da Sua Majestade Britânica junto à Corte portuguesa no exílio, lorde Strangford agiu por dois anos como se fora um buldogue mordendo a presa. Não havia maneira dele arrefecer no seu intento de arrancar do Príncipe Regente, refugiado no Rio de Janeiro, um tratado que cedesse privilégios de exclusividade ao comércio inglês.

Mal D.João desembarcara na baia da Guanabara e o assedio começou. Depois de descansar em Salvador na Bahia por um mês, eis que sua alteza vindo de uma exaustiva viagem, adentrou na sede do vice-reino do Brasil no dia 7 de março de 1808.